A polêmica entrevista de Guilherme de Pádua ao Ratinho no SBT (8) indignou várias pessoas, inclusive a mãe da atriz assassinada por Guilherme, Glória Perez. Dividida em três partes, a reportagem foi gravada em Minas Gerais e somente depois para São Paulo.
"Se você acha que vou te tratar como anjo é melhor nem aparecer. Vai ser conversa de homem para homem", disse o apresentador Ratinho.
O que o Ratinho não podia contar foi com a negativa de Guilherme em falar diretamente sobre o crime.
“Ratinho, você não vai pagar meus advogados. O povo vai ficar sem a minha versão. Antes eu era réu, podia falar, mas a imprensa não deixou ir ao ar” disse Guilherme de Pádua.
Antes mesmo de a entrevista ir ao ar, Glória Perez se pronunciou em seu perfil no Twitter, mostrando-se contra a iniciativa do programa em exibir a reportagem com o assassino de sua filha.
"Crime julgado não tem versões: é fato! qqr (sic) alusão desrespeitosa à minha filha, responderão na justiça", esbravejou a autora.
“A iniciativa do programa foi um insulto a mim e a todas as mães de filhos assassinados. Se deu algum IBope, sr Ratinho -que o lucro lhe seja leve!", diz Glória Perez em seu blog.
A atriz Daniella Perez, de 22 anos, foi brutalmente assassinada com 12 golpes de tesoura, no Rio de Janeiro, em 28 de dezembro de 1992, por volta das 21he30min, por seu colega, Guilherme de Pádua e sua esposa na época, PaulaThomaz, hoje, Paula Nogueira Peixoto. Na época, ela vivia Yasmin na novela De Corpo e Alma, trama escrita por sua mãe, Glória Perez e o seu assassino, vivia o Bira, que na novela, era apaixonado pelo personagem Yasmin.
Antes de confessar a autoria do crime, Guilherme de Pádua procurou Glória Perez e o ator Raul Gazolla, marido de Daniella, para prestar solidariedade.
“Ele é um psicopata assassino, armou à mão da mulher, planejou, emboscou e assassinou minha filha porque não apareceu em dois capítulos e achou que estava saindo da novela. Só um psicopata faz isso e depois fala disso da maneira que um psicopata fala: com trivialidade. Para um psicopata, as outras pessoas são apenas um meio para conseguir um objetivo. Guilherme de Pádua e Paula Thomaz (hoje, Paula Nogueira Peixoto) mataram, deram pêsames à família e foram dormir tranquilamente. A polícia acordou os dois. São coisas que só psicopatas fazem, só alguém completamente desvinculado de sentimentos, de empatia com outro ser humano, é capaz de fazer”.
Em janeiro de 1997, o juiz José Geraldo Antônio condenou Guilherme a 19 anos de prisão pela morte da atriz. No dia 16 de maio daquele ano, após 44 horas de julgamento, o mesmo juiz condenou também Paula a 18 anos e meio, pela sua participação no assassinato. A decisão foi comemorada pelo público presente com uma salva de palmas.
Paula Thomaz e Guilherme de Pádua estavam presos desde o momento da confissão.Na ocasião, ela estava grávida do primeiro filho do casal, Felipe, que nasceu em 1993, na cadeia. Foi o filho, aliás, o responsável pela redução da pena de Guilherme. Ele reivindicou a redução da pena, baseado no Decreto Presidencial nº 3.226, de 29/10/1999, que concede indulto da pena ao "condenado à pena privativa de liberdade superior a seis anos, pai ou mãe de filho menor de doze anos de idade incompletos até 25 de dezembro de 1999 e que, na mesma data, tenha cumprido um terço da pena, se não reincidente, ou metade, se reincidente".
Atualmente, Guilherme de Pádua leva uma vida normal e cursa Ciências da Computação na PUC Minas, em Belo Horizonte, e já desenvolve trabalhos na área. Recentemente, ele foi pré-selecionado para receber uma bolsa de estudos. Em 2006 casou-se com uma jovem de 21 anos, Paula Maia, os dois freqüentam a Igreja Batista da Lagoinha na capital mineira.
Fonte: Terra
O Globo