Ainda com esperanças de ser candidato à presidência da República, o deputado federal Ciro Gomes (PSB), concedeu entrevista à TV Estadão na noite desta quinta-feira (18) e falou sobre sua proposta política, a amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os últimos atritos gerados entre ele e o PT paulista.
O parlamentar afirmou que sem o apoio da legenda seria difícil estabelecer a candidatura presidencial. Ele não quer “vender a alma” para ser presidente. “Se eu for dispensado do imperativo moral pelo meu partido, vou pra casa numa boa, sem queixa de nada, nem de ninguém. Porque não é brincadeira, nem fácil você carregar uma candidatura na contra mão do establishment. Eu me policio por uma série de questões por valor mesmo, não quero vender a alma para ser presidente da república”.
Perguntado sobre uma possível conversa com Lula, onde lhe seria pedido para sair da corrida ao Palácio da Planalto, o ex-ministro afirma que o petista não pedirá pessoalmente, mas reconhece que sua candidatura pode ser impedida pelo partido. “O Lula, pela delicadeza com que ele me trata, pelo respeito que ele me tem e é recíproco (...), ele não me pedirá jamais para não ser candidato. As outras formas (do presidente pedir) podem até ser muito cruéis, tipo constranger o partido a não me dar a legenda”.
Márcio Dornelles
Político e advogado paulista (6/11/1957-). Ciro Ferreira Gomes nasce em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, filho de um advogado de Sobral, Ceará. Vive até os 5 anos em Adamantina, interior paulista, e então se muda com a família para Sobral.
Forma-se em direito na Universidade Federal do Ceará em 1979 e ingressa no Partido Democrático Social (PDS). Elege-se deputado estadual em 1982. Em 1984 deixa o PDS e filia-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), participando do movimento por eleições diretas.
Em 1986 reelege-se deputado estadual. Dois anos depois é eleito prefeito de Fortaleza, cargo que ocupa até 1990, quando vence as eleições para o governo do estado do Ceará pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ao qual se filiara no ano anterior.
Exerce dois mandatos e obtém altos índices de aprovação popular. Em setembro de 1994 torna-se ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, permanecendo na função por apenas três meses. Em janeiro de 1995 vai para os Estados Unidos estudar economia na Harvard Law School por um ano e meio.
Em 1997 deixa o PSDB e entra para o Partido Popular Socialista (PPS). Concorre às eleições presidenciais de 1998 e fica em terceiro lugar.